Área em processo de desertificação
A questão da desertificação no semiárido é mais séria do que parece. As pessoas estão vendo só o presente; mas seus efeitos só serão visíveis claramente no futuro. O sertão nordestino vai virar deserto. Pelo menos esse é o cenário mais pessimista que pesquisadores do instituto nacional de pesquisas espaciais (INPE) prevêem caso não sejam tomadas medidas contra o aquecimento na região. Está havendo um aumento bastante significativo nas temperaturas nos últimos 40 anos. O fenômeno deve-se em parte as mudanças climáticas decorrentes da emissão de gases estufa e a urbanização crescente nas cidades nordestinas. Ao mesmo tempo, as chuvas estão se tornando raras, mas chegam com intensidade capaz de destruir cidades inteiras. As altas temperaturas prejudicam sobretudo os pequenos produtores rurais. Eles fazem a chamada agricultura de sequeiro, que depende da chuva para manter lavouras de subsistência como feijão e milho. Segundo especialistas, essa prática agrícola que tem alta demanda de recurso natural, já se tornou inviável em várias regiões do semiárido. Por outro lado, o aumento da temperatura está fazendo com que a água presente no solo evapore mais rapidamente e forme nuvens maiores e mais carregadas, que resultam em chuvas intensas. A desertificação pode ser contida, com o fim dos desmatamentos. A cobertura vegetal é importante para manter o solo úmido. Se ele ficar totalmente exposto ao sol, a tendência é de que se torne um deserto. Os efeitos do aquecimento no Brasil, além de prejudicar a agricultura, pode gerar uma alta de preço dos alimentos, migração para centros urbanos, desemprego e aumento nos gastos públicos com programas de emergência. Por isso, os cientistas defendem políticas de prevenção; e não medidas paliativas. Com as mudanças climáticas esperadas para o planeta nos próximos anos; espera-se a diminuição das chuvas e o empobrecimento do solo da caatinga, o que irá praticamente extinguir o bioma e dificultar a vida de milhões de pessoas em todo nordeste, inclusive no Rio Grande do Norte. Ambientes semelhantes aos desertos são esperados para o nordeste nos próximos anos. A quantidade de espécies de plantas e animais diminuirá drasticamente, em alguns pontos ficando semelhante a um deserto. Existe um deserto verde em formação em várias regiões do Rio Grande do Norte e do nordeste. O fenômeno conhecido como desertificação, dá uma idéia substancial do que pode se esperar. Quando se fala em desertificação, o mais comum é vir a mente das pessoas a imagem de um deserto comum, com areia nua e praticamente nenhuma forma de vida. Não se trata disso. A desertificação não significa repetir a paisagem desértica tradicional no semiárido nordestino, mas a diminuição da produtividade da terra e da diversidade de plantas e animais sobrevivendo naquele espaço. Para se ter uma idéia, há cinco décadas era possível ver facilmente em liberdade aves como: golinhas, torra-cafés, pintassilgo, canários, craúnas, bico-de-osso, sofreu, sabiás, vianas, papagaios, galos da campina, azulões; cibitos, chupinhas, etc. Hoje, só é possível ver alguns desses pássaros somente engaiolados, nas casas de criadores. Enquanto não houver a conscientização das pessoas, no sentido de preservar o meio ambiente; nada mudará. O que vemos são pessoas preocupadas em ganhar dinheiro e não estão nem ai para as causas ambientais. Os donos de cerâmicas e de panificadoras compram todos os dias carradas e mais carradas de lenha, sem se preocupar de onde vem; se foram fruto de desmatamento irregular; eles querem apenas saber dos altos lucros que terão; não estão preocupados com a desertificação, que estão contribuindo indiretamente. No futuro, eles próprios sentirão na pele os efeitos dessa devastação com a qual contribuíram; aí, todo dinheiro ganho não será suficiente para reverter o quadro de destruição e abandono que se instalará no planeta terra. Todo dinheiro ganho não será suficiente para curar as doenças respiratórias e de pele causadas pelos desmatamentos patrocinados pelos senhores donos de cerâmicas e panificadoras. Enquanto os senhores donos dessas industrias não forem vítimas dos males que eles próprios causaram; não se darão conta de quantas pessoas morreram por causa da falta de sensibilidade em ver o quanto estão contribuindo com a morte do planeta terra.
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