O trem Souza-Mossoró, passava todos os dias, no mesmo horário; as vezes atrazava um pouco, mas nunca adiantava. A linha passava cortando Várzea da Caatinga; Almino Afonso; Frutuoso Gomes e Patú, com destino a Mossoró. De Várzea da Caatinga, ouvia-se o apitar do trem. O trem tipo "Maria fumaça"velho e cansado, gemia nas subidas íngremes e maquinista e foguista faziam o máximo que podiam para fazê-lo chegar ao destino. As viagens de trem eram comuns n'aquela época. Não havia ônibus, com linhas regulares, devido a falta de estradas e poucas eram pavimentadas. Quando o trem chegava na estação de Patú (foto), aglomerava-se pessoas na plataforma para ver quem estava chegando, quem desceria do trem. Eram pessoas que tinham ido esperar um parente, um amigo. O trem "Maria fumaça", depois foi substituído pelo trem movido a óleo. Depois que desciam as pessoas que iam ficar em Patú; subiam as que iam para Mossoró. O telegráfo era o meio de comunicação entre as estações. Qualquer problema que houvesse nos trens ou nos trilhos; imediatamente era passado um telegrama avisando a todas estações. A viagem de trem era uma aventura para muitas pessoas. Da janela do trem via-se a paisagem a passar na velocidade do trem. Casas solitárias no meio do mato. Bois a pastar tranquilos e indiferentes ao barulho do trem. Agricultores a capinar a terra; ao verem o trem assenavam para os viajantes, como se todos fossem velhos conhecidos. O trem seguia sempre em frente a soltar nuvens negras de fumaça e a soar seu apito estridente. Os animais afastavam-se da linha ao som do apito. As vezes acontecia atropelamentos de jumentos e bois. Havia muitas casas às margens da linha. O maquinista conhecia grande parte dessas pessoas. Quando o trem ia se aproximando das casas, ele apitava e as pessoas corriam à porta para olhar o trem passar. Dentro do trem as pessoas conversavam, liam, jogavam cartas, fumavam e bebiam. O trem também tinha seus vagões de carga; para transportar cavalos, bois, bodes e diversos animais. Tinha vagões para transportar mercadorias, como: Sal, açucar, rapadura, fumo, café, querosene, e uma infinidade de outras coisas. A maioria dos maquinistas de trem eram mulherengos. Em quase toda cidade (estação) que passava; ele tinha uma mulher a esperar com beijos e abraços e uma "vazilhazinha", com tapioca, queijo, bolo e doce. As vezes, ele tirava do bolso algumas notas de cruzeiro e colocava na mão da mulher. O trem chegava em Mossoró entre oito e nove horas da manhã, e às cinco horas da tarde voltava com destino a cidade de Souza na Paraíba. De Souza ele saía às quatro horas da madrugada, com destino a Mossoró no Rio Grande do Norte e chegava na estação de Patú às seis e meia mais ou menos. Quando desembarcava-se do trem na estação, havia meia dúzia de Jeep's de aluguel, para transportar os viajantes aos mais longínquos lugares, nos pés de serras que só o velho jeep com tração nas quatro rodas era capaz de chegar.
Rubens Campos
Rubens Campos
PARABÉNS, sou de PATU acabei de ler a matéria, gostei muito do comentário e da foto também, é uma pena, pois por causa desses atuais governantes PATU não é mais a mesma cidade evoluida de antes, PATU era uma cidade que tinha de tudo um pouco. PATU tenha usinas, bancos de toda qualidade Bandern, Colétoria, BNB, Banco do Nordeste, Banco do Brasil e etc. só resta o Banco do Brasil não sei como, culpa desse atuais governantes que estão no poder, que só pensão para beneficios deles e não da velha PATU;
ResponderExcluirA VELHA PATU que hoje
só nos dar muitas saudades
quando vejo uma foto desta
que só nos resta RECORDAR
e essa LINDA SERRA
com seu riquíssimo SANTÚARIO
de devotos, romeiros e visitantes de FÉ
que são acolhidos com muito carinho
pelo povo Patuense.
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